-
No Palácio do Planalto, Macron diz que Praça dos Três Poderes foi maltratada por inimigos da democracia
-
Presidente da França ao lado de Lula, no Palácio do Planalto, citou 8 de janeiro. Macron disse que concorda com 'preocupação' externada pelo Brasil sobre eleições na Venezuela.
- Por Camilla Ribeiro
- 28/03/2024 21h08 - Atualizado há 7 meses
Emmanuel Mácron, presidente da França, citou nesta quinta-feira (28) os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e disse que a Praça dos Três Poderes foi maltratada por inimigos da democracia.
A declaração dada pelo presidente da França foi traduzida simultaneamente pelo governo brasileiro, depois de se reunir com o presidente Lula (PT), no Palácio do Planalto.
O presidente Macron está cumprindo agenda no Brasil durante esta semana. Antes da visita a Brasília, o francês visitou os estados do Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.
"Toda minha comitiva e eu, pessoalmente, nos sentimos imensamente honrados de estarmos hoje aqui ao seu lado, hoje, aqui, neste lugar, nesta Praça dos Três Poderes, que foi atacada, destruída praticamente, ou, pelo menos, bastante maltratada pelos inimigos da democracia. A maneira com que [Lula] conseguiu reconstituir os equilíbrios da democracia e levar a cabo esse debate internacional significa muitíssimo para nós", disse Macron.
O presidente também acrescentou que a democracia brasileira teve "força" para resistir a ataques golpistas. "Com uma alternância democrática, restaurando plenamente e integralmente todos os equilíbrios", completou o francês.
No dia 8 de janeiro de 2023, a Praça dos Três Poderes foi invadida e vandalizada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
É na Praça dos Três Poderes que estão as sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário em Brasília.
A Polícia Federal realiza investigação na tentativa de descobrir quem foram os mentores dos atos e também se Bolsonaro e aliados tentaram dar um golpe de Estado após as eleições de 2022, que foram vencidas por Lula.
Emmanuel Macron é um desafeto do ex-presidente brasileiro. No período em que Bolsonaro presidiu o Brasil, os dois trocaram farpas publicamente.
Venezuela
Macron destacou em sua fala o posicionamento do governo brasileiro com relação ao processo eleitoral venezuelano.
As eleições na Venezuela, país governado por Nicolás Maduro, estão marcadas para o dia 28 de julho.
Após ocorrer a inabilitação de opositores do presidente venezuelano e o anúncio da oposição de que uma candidata foi impedida de se inscrever no pleito, o Brasil divulgou em nota dizendo ver as eleições no país vizinho "com preocupação".
Ao emitir comunicado pelo Ministério das Relações Exteriores, o Brasil cobrou explicações sobre o não registro da candidatura de Corina Yoris.
Macron declarou que a posição de Lula foi "ótima" e disse concordar com a iniciativa brasileira para tentar "encontrar uma saída para a crise" na Venezuela.